Por Clarice Peres
Vivemos em um tempo de grandes transformações, que incluem uma rápida globalização em uma sociedade cada vez mais sofisticada, quantidades crescentes de informação, a hegemonia cada vez maior da ciência e da tecnologia e um encontro de culturas. Estas mudanças exigem novas maneiras de pensar e aprender na escola, nos negócios e nas diferentes profissões e, em definitiva, na vida. Desenvolver habilidades para o domínio das principais áreas de conhecimento é uma questão básica para todos nós.
E ainda mais importante para aqueles que têm o diagnóstico de TDA-H, um transtorno neurobiológico, de caráter genético onde o entorno também conta muito na hora de reagir frente aos desafios do dia a dia. O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, caracterizado principalmente pela impulsividade, falta de atenção e excesso de atividade motora e uma desordem cognitiva; afeta diretamente a aprendizagem.
Nos últimos anos, profissionais da área, buscamos desenvolver novas formas para os estudantes enfrentarem as tarefas escolares de formas mais efetiva. Estes enfoques incluem alunos mais autônomos, ativos e criativos, e ao professor um papel mais complexo que já não se limita a ser um transmissor de conhecimentos.
As estratégias de aprendizagem ocupam um lugar importante nesta nova forma de entender a educação. São atividades mentais que facilitam e aperfeiçoam a aprendizagem. Planos de ação organizados que buscam lograr êxito rápido e efetivo. O estudo e ensino de estratégias de aprendizagem põem em destaque a responsabilidade do aluno na sua aprendizagem, em “aprender a aprender”.
Infelizmente, essas descobertas educativas estão longe de ser realidade generalizada em nossas aulas. A maioria das crianças têm seus processos cognitivos desaproveitados, por não exercitá-los. Esta falta de treinamento em estratégias de aprendizagem traz um descenso qualitativo e quantitativo direto nos resultados acadêmicos de nossos filhos, já se tratando de uma simples tarefa doméstica ou uma desafiante ação profissional. A planificação pode ser uma boa estratégia motivadora para que possam decidir o melhor caminho para chegar aos objetivos que eles mesmos se marquem, ou o que o dia a dia lhes impõem como desafio.
Mapas Conceituais
Um mapa conceitual é uma forma de organizar graficamente a informação que os alunos estão manejando. É especialmente útil para estudar livros de texto ou apontes com certa complexidade, já sejam de historia, ciências, literatura etc.
Como se faz?
- Fazemos uma primeira leitura general do texto para entender seu significado global.
Podemos ir sublinhando as ideais que parecem mais importantes.
- Em uma segunda leitura, se vão colocando os conceitos no mapa, dentro de caixas ou globos.
- Os conceitos que estão relacionados se unem com flechas.
- Sobre as flechas se escreve a relação que há entre os conceitos
Tapar – Escrever – Comprovar
É uma estratégia muito simples para memorizar qualquer tipo de conteúdo.
Em concreto, vemos como podemos utilizar para memorizar uma lista de vocabulário.
Como se faz?
- Repetir durante um par de minutos a lista de palavras que queremos aprender
- Tapar a lista e tenta reproduzir no papel.
- Comprovar os erros e as palavras que faltaram por aprender e tentar memoriza-las, durante uno o dos minutos.
- Repetir o processo até haver memorizado todas as palavras.
As estratégias de aprendizagem devem ser sempre flexíveis em sua aplicação e adaptadas a tarefa que se está realizando. Com a prática, o aluno vai comprovando que as estratégias que acabamos de explicar se pode utilizar em situações diversas, e que pode variar os passos segundo suas preferências, características do trabalho e de sua organização pessoal.
* Dra. Clarice Peres tem PhD em Psicologia e Educação pela Universidade de Vigo/Espanha. Ela vive em Los Angeles e trabalha no Departamento de Psiquiatria da UCLA (2015). Ela é autora do livro TDA-H (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) da Teoria à Prática: Manual de Estratégias no Ambito Familiar, Escolar e da Saúde –
Source: Soul Brasil